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Os pilares para construir o jogo perfeito

  • Bernardo Slack
  • 11 de mar. de 2016
  • 3 min de leitura

Antes de começar a criar um jogo é fundamental entender sua estrutura e, para isso, recorreremos ao raciocínio estrutural para qualquer tipo de projeto, seja profissional, ou pessoal, e em qualquer área de atuação. O esqueleto é o mesmo e, ao entender isso, qualquer plano para o futuro fica muito mais claro e possível.


Em primeiro lugar devemos definir o objetivo daquele projeto, mas é nessa hora em que muitos se perdem e imaginam um monstro de sete cabeças impossível de ser derrotado. Na verdade, essas perturbações desvirtuam da realidade e, não necessariamente, o objetivo inicial será o resultado do seu projeto ou jogo, mas uma ideia projetada.


Após concluída a primeira etapa – definição do objetivo projetado -, devemos trilhar o caminho inverso, isso mesmo, devemos desconstruir, e quanto mais possibilidades explorarmos, maiores as chances de nosso projeto ser sólido e duradouro. Para isso, precisamos de estabelecer metas, ou seja, pequenos resultados específicos que juntos levarão ao objetivo realizado. Esta solução é capaz de manter os players focados e orientados continuamente ao longo do caminho, ou seja, há um senso a todo o momento.

“Se você não pode mensurar, não pode melhorar”

Lorde Kelvin, matemático e físico do século XIX.

Este raciocínio, puramente matemático, pode ser interpretado mais humanamente até mesmo que para qualquer atribuição lógica de seus estudos. Tudo isso porque, de fato, psicologicamente falando, seja na vida pessoal, no mercado de trabalho em geral, ou em um jogo, para nós humanos ter a clara noção das etapas para se atingir um resultado torna nossa jornada confortável, principalmente, pela certeza de que cada ação gera um resultado conhecido dentro de um marcador de nossa evolução em direção ao nosso objetivo.


Tão importante quanto as metas, são as regras. Elas asseguram uma experiência ainda mais desafiadora, equilibrada e justa para todos os envolvidos, removendo ou limitando maneiras óbvias de atingir determinado resultado. Estímulos que levam os players a explorar possibilidades anteriormente desconhecidas, liberando a criatividade e incitando o pensamento estratégico.


Conforme falamos da importância da necessidade de quantificar o processo de evolução, é fundamental elaborar um aprofundado e o mais personalizado possível sistema de feedbacks. Isto é, deixar claro para os jogadores o quão próximos estão das metas, seja através de pontos, níveis, placares, barras de progressos ou quaisquer outros marcadores, mas para que isso funcione, devem ser iguais a todos que atingirem o mesmo ponto do processo.


Em alguns casos, apenas uma mensagem do tipo “Etapa concluída” é suficiente para garantir a satisfação, ou melhor, a realização com o dever cumprido. Outro detalhe extremamente importante para um feedback de qualidade é seu timing. Quanto mais em tempo real for, melhor será a credibilidade da mensagem para que os jogadores acreditem de que a próxima meta é definitivamente alcançável, mantendo-se, assim, motivados a continuar atuando em progressão.


Por fim, e tão importante quanto todos os demais estágios, é a participação voluntária. Quanto mais natural for a aceitação dos participantes sobre as metas, as regras e o sistema de feedbacks, melhor será o desempenho.


Na “vida real” nem sempre é possível optar por trabalhar em um determinado projeto ou não, mas nos jogos sim.


Por isso que o Game Designer deve manter todos os seus principais pilares em perfeita harmonia, garantindo que o jogador tenha a nítida sensação de que pode entrar ou sair, por vontade própria, a hora que desejar, garantindo que um trabalho intencionalmente estressante e desafiador seja vivenciado como uma atividade segura e prazerosa.


Nos casos de empresas do “mundo real”, nesta etapa, os líderes devem proporcionar ambientes confortáveis e com estruturas que atendam às necessidades de cada colaborador para cada tarefa proposta. Sendo assim, sua aceitação, já acertada no momento da contratação, será mais saudável e estimulante.


É importante lembrar que podemos compor diversos grupos de metas em diversos objetivos que pertencerão a um resultado final ainda maior. Mas isso fica para uma outra história...

Reflexões baseadas no livro “A Realidade em Jogo” de Jane McGonigal.

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