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Por que Mario Run tem vida curta?

  • Bernardo Slack
  • 8 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura

Um dos lançamentos mais esperados para o cenário mobile foi certamente o poderoso carro-chefe da Nintendo, o encanador Mario.

Contudo, o que pode parecer uma surpresa para a maioria, era o esperado para os desenvolvedores mais especializados nesta área – o jogo teve sua vida curta.

<<< Leia essa matéria que mostra os números do Mario Run.

Por que Mario Run não dura tanto tempo nos celulares?

A resposta é mais simples do que a pergunta. Porque ninguém gosta de quem rouba o doce de sua boca. E é exatamente isso o que a Nintendo, erradamente, fez com seu título.

A possibilidade de oferecer o jogo de maneira experimental e em seguida a obrigatoriedade da compra para continuar não é uma experiência legal, aliás, muito pelo contrário, é péssima.

Não façam isso com seus produtos!

Quando você quer passar para o jogador um período de experiência, deixe claro que isso está acontecendo. Nunca diga para ele que ele está jogando o jogo versão final e a partir do terceiro ou quarto estágio você o obriga a pagar. Ele vai se sentir traído, vai achar que você está se aproveitando dele e, o pior, vai ter raiva de você.

Isso acontece em qualquer modelo de negócio.

O “Aperte o A” hoje está muito mais dica de “Mercado” do que de jogo em si, mas achamos muito importante tocar nesse assunto que além de delicado, muitos evitam falar; estamos apontando para uma das maiores empresas do mundo e para o personagem mais famoso dos games. Sim, estamos,

mas o que vale na cena mobile vai além – muito além – de faturar com a venda de um App. A possibilidade de lucrar e divertir seu público por uma longa jornada é tão mais vantajosa e é disso que estamos falando que a Nintendo abriu mão. E abriu mão mesmo.

Mas até as gigantes erram e dessa vez aconteceu. A Nintendo vacilou.

Quando você quiser cobrar por seu jogo, faça isso de cara. Faça o jogador saber que ele terá que pagar para jogar a história do seu jogo. Venda logo de cara e o resto é apenas experiência de jogo. Nunca interrompa a sensação do gameplay com transações obrigatórias. Se você oferecer melhorias ou possibilidades de avanços não obrigatórias tudo bem, mas nunca obrigue seu jogador a pagar o que não foi combinado.

Ao escrever que o jogo é “Grátis” ou F2P (Free-to-Play) cumpra com a sua palavra!

Pagar o jogo depois da quarta fase para ter acesso ao jogo todo, não é F2P é sacanagem.

Mas e as pessoas que não podem pagar R$35 para ter acesso ao jogo completo?

Sinceramente, vale a pena jogar quatro fases de graça e ver o resto das pessoas (que podem pagar) jogando tudo? Tudo bem que estamos falando de trinta e cinco reais – não é uma quantia baixa, mas também não é absurda. Abrir mão de umas cervejas, de um cinema, ou de ir a um fast-food para ter um jogo completo em mãos pode ser um pensamento. O valor é assustador para o mercado mobile. Então, e se o valor não for o problema? Daí a resposta é a forma como ele entra na história. A Nintendo não oferta um jogo para que todos possam jogar. Ela quer tornar o jogo um teaser de si mesmo e isso, bom, em termos de experiência de marca não funciona. O momento da compra aparece de forma totalmente inconveniente, o que já põe o comprador, no caso o player, em posição de evitá-la.

Seja honesto com o seu jogador!

Mario tem vida curta porque todo mundo que vence o primeiro castelo sai com a sensação de que foi sacaneado. Desinstalar o app pode até demorar um pouco para os que ainda insistirem nas Corridas dos Toads, mas isso não é o suficiente. Você sempre conviverá com os cadeados do game jogando na sua cara o quão enganado você foi ao clicar em “Baixar Grátis”. Isso é uma provocação difícil de aceitar.

Eu pagaria R$35 reais para jogar Mario no meu celular – mentira porque trinta e cinco é muito para uma experiência tão curta –, mas eu pagaria R$15 se isso fosse o combinado quando “apertamos as mãos”. Depois é malandragem, picaretagem, sacanagem. Não pago! Libere uma versão demo e depois o jogo completo. Aí ok! Eu entendi que antes era o demo e depois era outra coisa.

Mario Run é um jogo maravilhoso.

Mas a sua venda está no lugar errado da experiência.

Uma pena. Um detalhe faz muita diferença.

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