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be Slack na BGC - Feedbacks e Expectativas

  • Bernardo Slack
  • 12 de abr. de 2017
  • 4 min de leitura

<<< Para a perfeita compreensão do texto a seguir, recomendamos a leitura, na ordem, dos tópicos abaixo:

No mundo dos games, nem tudo é ruim, mas, se não se souber como lidar, até o que é bom pode virar algo problemático para a carreira de um desenvolvedor.

Um lançamento que consegue ser bem-sucedido pode levar a uma enxurrada de feedback dos jogadores e alguns serão brutais.

Uns não estão nem aí para o que você sofreu para chegar até ali, outros zombarão do seu trabalho apenas para irritá-lo. Às vezes, podemos aprender coisas úteis dessas interações, mas geralmente são apenas pessoas jogando as suas frustrações pessoais no seu trabalho, ou ainda pior, apenas sendo babacas tóxicos.

Essas palavras negativas tendem a fixar na cabeça por mais tempo do que as boas. É duro dizer, mas é preciso criar uma carapaça para lidar com esses casos, porque, quanto mais popular seu jogo se torna, mais feedbacks negativos serão jogados na sua cara.

“A frustração do jogador nem sempre é algo ruim – se você souber como lidar com ela. A diferença entre o sucesso e o fracasso no mercado de games é uma linha tênue entre conseguir ou não entregar o que se prometeu para o público, por isso, pense bem em qual experiência você quer que ele desfrute antes de começar o desenvolvimento. Nós do mercado indie sempre temos a oportunidade de experimentar soluções que as produtoras AAA não têm coragem. Essa é a nossa brecha para competir neste mercado de entretenimento”

Alan Beling – Sócio fundador e Produtor Executivo, Games in Rio

Ainda seguindo pela linha do sucesso, alguns jogos realmente conseguem atingir um patamar de luxo, tanto em termos financeiros, quanto em prêmios e exposição, contudo isso gera acontece num ritmo que nem sempre é possível de ser acompanhado por seu criador. Com um grande sucesso vem a expectativa pelo que acontecerá a seguir.

Lá se vai a liberdade de assumir grandes riscos em meio a obscuridade da segurança de investimento de reputação, tempo e recursos. Também é muito comum ver o ego crescer tanto que provoca quedas aparatosas em quem passa a se achar capaz de tocar em qualquer coisa e transformá-la em ouro. Isso acontece porque alguns julgamentos ficam turvos e a autoconfiança no talento amplifica o que realmente pode ser a verdade.

Passa-se a excluir a necessidade de assumir todas as demais etapas do processo citadas anteriormente, a falta de humildade cega quando há outras opiniões, a atenção aos detalhes e ao projeto, sua receptividade aos comentários dos players e seu desejo por melhorar suas habilidades decaem.

É importante perceber que, por mais que a autodúvida seja um obstáculo, ela também é uma forma de ajudá-lo.

Uma avaliação interna, mostrando-nos os aspectos que precisamos melhoras e os que precisamos da ajuda de outras pessoas é fundamental. Não se deixe se perder em achar que seus palpites são mais preciosos do que os das outras pessoas. Reconheça todos que colaboraram para que você tenha chegado aonde chegou e não os perca de vista – foram pessoas importantes para o seu desenvolvimento e para a realização do seu projeto.

“Tem sido um processo longo e muito difícil conseguir conceber meu game. Durante o dia-a-dia eu percebi que não seria capaz de lidar com tudo sozinho, apesar de estar fazendo um trabalho legal. Eu sei que preciso de alguém com experiência em mercado e que seja hábil para vender o meu game, foi então que busquei um parceiro experiente no ramo e com bastante técnica. Estar aqui hoje e ver as pessoas jogando, desfrutando de cada parte e até mesmo me mostrando novas maneiras de superar alguns obstáculos é uma experiência realmente incrível. “

Felipi Arena – Game Designer, Freelancer Indie Developer

Por fim, não se iluda achando que se um jogo fez sucesso, o próximo seguirá pelo mesmo caminho. Mesmo os designers mais experientes não esperam que isso aconteça em sua carreira. Há quem consiga, mas são casos muito raros e você não deve se punir se não fizer parte deste grupo.

A maioria dos desenvolvedores utilizam a estratégia de cobrir os fracassos financeiros com os lucros obtidos de um sucesso, alguns mais experientes e com mais bagagem de mercado até mesmo voltam para as Game Jams ou iniciam projetos paralelos de pequeno porte. Isso acontece como uma fuga, para relaxarem um pouco para suas próximas missões.

O evento todo serviu como uma maneira de termos a certeza de que fazer jogos é incrível!

Todos que estão nesse mercado afirmam este sentimento e de que todo o sacrifício vale a pena. Mas, se alguém não gosta realmente de um desafio, apostamos que não gosta de games tanto assim, não é mesmo?

<<< Todas fontes dessa matéria foram colhidas do canal Extra Credits, das palestras do evento Brasil Game Cup e das nossas entrevistas com os principais profissionais do mercado nacional presentes na BGC; além da nossa experiência profissional e das nossas habituais pesquisas em todo o mercado de jogos ao redor do mundo.

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