Gamificação
- Natalie Peon
- 23 de mar. de 2017
- 3 min de leitura
Atualmente, a concorrência pela atenção das pessoas têm sido uma disputa acirrada. A todo momento podemos perceber as pessoas mexendo nos celulares, lendo publicidades por todos os cantos e recebendo informações e notícias pelos mais variados meios.
Por isso, a forma de educar também tem se transformado e já não se pode mais contar com os meios rígidos e tradicionais. O foco dos alunos, e até mesmo dos professores, é muito curto e pode se dispersar com facilidade.
A fim de evitar a perda do elo de conexão entre mestre e aprendiz, um novo modelo está marcando presença nos processos de educação de sucesso: a Gamificação.
Essa ferramenta é uma constatação sobre como os seres humanos sentem-se atraídos por entretenimento, mais especificamente os jogos. Sejam eles eletrônicos ou analógicos, a verdade é que a humanidade sempre teve grande engajamento para apreciar e participar de atividades que estimulam o cérebro e o corpo.
Mas afinal, o que é a Gamificação?
Ela consiste em usar elementos do desenvolvimento de jogos em outros contextos como treinamento de equipes profissionais, educação escolar, treinamento para motoristas de automóveis etc. para incentivar e estimular o aprendizado, geralmente traduzindo aspectos da realidade para ambientes seguros. Tal processo pode ser avaliado como exercícios de prática dentro do ambiente teórico.
O principal objetivo é aumentar o engajamento e despertar a curiosidade dos usuários. Além de serem atividades desafiantes, na gamificação as recompensas também são itens vitais para o sucesso e são percebidas de forma mais claras e tangíveis. Os participantes conseguem perceber com clareza seu progresso, o que se transforma em estímulo para que prossiga empenhado.
Para fazer uso da gamificação, portanto, não se deve usar jogos prontos – apesar de eles serem uma das possibilidades. O ideal é que se haja personalização do processo para o público que irá desfrutá-lo e para o objetivo desejado.
A dica é: em vez de usar jogos já existentes, o desenvolvedor, ou mentor, pode explorar a gamificação através de atividades simples diretamente ligadas ao contexto em que a equipe vivencia. Como certas dinâmicas, missões ou desafios funcionam como combustível para a aprendizagem, todo conhecimento serve a um propósito, envolvendo os aprendizes no processo. Logo, a melhor estratégia é personalizar as atividades, clarificar as metas e adequar os objetivos. Uma vez que essas ações sejam tomadas, melhor será o resultado de aprendizado e capacitação.
Para tangibilizar a conclusão dos esforços, existem diversos modelos de planos de sucesso. Valorização do ego com exibições públicas como um certificado, ou diploma, prêmios simbólicos ou de valor emocional, e até mesmo oportunidades de experiências fora da rotina, tais como viagens ou oportunidades. É recomendado que se evite premiações financeiras, pois, tal produto está atrelado ao curto-prazo, o que entra em conflito com a essência do processo que visa ensinar questões para serem usadas no médio ou longo-prazo.
Criar personagens ou um universo específico com que os jogadores precisem lidar ou propor obstáculos a serem superados, desenvolvendo conexões mentais e sentimento de pertencimento no processo são experiências fantásticas que permitem percepções que o dia-a-dia de trabalho nem sempre consegue destacar. São oportunidades de enxergar qualidades e características dos participantes que podem fazer a diferença em novos encaixes de cargos dentro da equipe. O processo de vivência em ambientes seguros garante que o jogador dê o seu melhor, sem o medo de falhar.
Mas, por que recorrer a Gamificação?
A gamificação é uma resposta a diversas deficiências que os processos de educação têm e que geram desinteresse dos aprendizes, na maioria por perderem a disputa por sua atenção. Os processos tradicionais não transpassam as barreiras e geram resistência, pois, muitas das vezes, não utilizam linguagem adequada, são embasados em técnicas burocráticas e nada objetivas.
A gamificação traz as soluções para essas lacunas no período de aprendizagem. Ela incentiva determinados comportamentos e garante familiaridade com as novas tecnologias. Além disso, a ferramenta promove um processo de aprendizagem mais dinâmico, rápido e agradável. A gamificação é capaz de despertar interesse e promover condições de aprendizagem mais conectadas com o mundo real através da experimentação.
Para que uma estratégia de gamificação tenha sucesso, é preciso que ela faça sentido para seus participantes, tenha resultados e premiações relevantes e traduza o contexto no qual o público-alvo se encontra a partir de um objetivo claro.

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