Experiência no RPG Maker MV - Primeira semana
- Bernardo Slack
- 22 de dez. de 2016
- 3 min de leitura
Faz exatamente uma semana que comecei a fuçar o RPG Maker MV. Mas o meu contato com a franquia já vem de anos, na verdade, mais de década.

Quando eu era um menino, já era super ligado em games e tudo eu conectava a eles. Eram as minhas referências. Eu tinha muita dificuldade de ler livros, mas era 100% concentrado nas histórias que jogava. Tenho certeza que a interatividade e a sensação de ser o ator na história era o que me prendia assim.
Eu não tinha embasamento para justificar a minha paixão e sofria muito preconceito. Já tive videogames quebrados friamente na minha frente, mas nada disso diminuiu meu amor por jogos, na verdade aumentou.
Eu era daqueles que virava uma noite jogando Counter-Strike e Ragnarök, mas não aguentava uma hora numa matinê ou noitadas com o ar pesado de cigarros.
Com o passar do tempo eu comecei a reparar o impacto das histórias, lendas e até das religiões na vida das pessoas. Como isso as toca e como isso pode ajudar a desenvolver a sociedade em diversos pontos. Foi então que vi que livros, teatro, cinema e TV são a mesma coisa e jogos também fazem parte desse grupo.
Decidi estudar entretenimento, aprofundei-me em comunicação e, principalmente, em como qualquer coisa é capaz de comunicar algo. Foi aí que descobri que tudo se soma. Foi aí que tive a certeza, meu sonho é criar histórias interativas onde o ator é o próprio player, ou em outros termos, o leitor, a plateia. – Interatividade!
Essa volta toda foi simplesmente para resumir, e muito, o emaranhado de sentimentos que vieram a tona nesta minha semana. Estou de oito a dez horas por dias focado exclusivamente na criação de um RPG básico, mas que está me tirando o couro. O pior (ou melhor) disso, é que me dá ainda mais certeza de que é o que eu quero para a minha vida.
Depois de uma semana, estou apenas começando a trabalhar nos eventos da terceira cena (mapa). É muito trabalhoso.

Existe uma linha tênue entre amar jogos e amar fazer jogos. Você só descobre de que lado está depois que experimenta. Eu já sabia qual era a minha, mas percebi isso quando criar me é mais divertido e desafiador do que jogar.
Esta é só a minha primeira semana. Vamos ver como vão ser as coisas daqui a mais alguns dias.
Observação: só tenho tal disponibilidade de horário porque estou engessado e tive que me afastar do meu trabalho por quase um mês. (Mexer no pc com uma só mão é um saco, mas pelo menos estou fazendo o que amo, meu copo está meio cheio e eu quero mais!).

Uma dica que dou é: sua vida sempre vai ser cheia de motivos para você não fazer nada. Ou você começa hoje, ou “amanhã” vai ser sempre amanhã.
Conheci, nessa minha jornada, pessoas com tanto talento que já ganhariam dinheiro fazendo o que amam. Mas nem sempre é simples para algumas pessoas. Repressão dos pais, que em sua ignorância não entendem e criam barreiras, um mercado embrionário, que não oferece nenhuma segurança, e um público difícil de se agradar muitas vezes falaram mais alto. Mas, na verdade mesmo, o que falou mais alto foi: a pessoa gosta de jogar, não de fazer jogo. E , sim, são coisas bem diferentes.
Descubra o que você ama.
Dedique o tempo que te sobra, nem que sejam só dez minutos, nisso.
Não pare no primeiro drama, nem na primeira pedra.
Você vai conseguir!
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